Diretoria realiza reunião para avaliar ações de 2018 e projetar desafios

Diretores e representantes de base do Sindilegis Pernambuco se reuniram, na manhã desta quinta (6), para avaliar as ações promovidas pelo sindicato no segundo semestre de 2018, além de projetar as perspectivas para o próximo ano de 2019. O encontro ocorreu na sede do sindicato, na Rua da União (Centro do Recife).

Na ocasião, os servidores fizeram uma avaliação positiva dos eventos organizados pela gestão Todxs na Luta, como o almoço do Dia do Servidor, em outubro, e o Sambalegis, tema da tradicional confraternização do final de ano, ocorrida no último dia 1º de dezembro.

O papel do sindicato diante dos acontecimentos políticos também entrou na pauta. Na avaliação dos diretores, é importante que a categoria esteja em consonância com as lutas travadas na defesa da soberania nacional e dos direitos trabalhistas. Segundo o tesoureiro do Sindilegis Pernambuco, o cenário para o próximo ano do ponto de vista dos trabalhadores é muito difícil, mas haverá organização e resistência. “As forças políticas que foram eleitas, são forças que se identificam mais com o liberalismo econômico e que vão querer aprovar matérias no congresso que retirem direitos dos trabalhadores em benefício do capital e do grande empresariado brasileiro”, comenta. Ramos garante que haverá engajamento e muito luta por parte dos trabalhadores. “A reforma da previdência poderá trazer bastante prejuízo, mas nós vamos lutar bastante, vai pra rua contra as reformas que retiram direitos previdenciários e trabalhistas”, afirma.

Para o primeiro secretário do Sindilegis Pernambuco, Leonardo de Lima, é inegável que a gestão Todxs na Luta sempre teve êxito nas principais negociações em benefício da categoria. O presidente do Sindilegis, Marconi Glauco, foi na mesma linha. “As diretorias têm feito, desde 2009, um trabalho vitorioso, pautado em conquistas diversas para a categoria. Isso é fruto da participação cada vez maior dos servidores nas nossas lutas. Foi assim que alcançamos um novo Plano de Cargos,que valorizou muito nossa categoria, e outros benefícios importantes, que não tínhamos antes. Juntos, sindicato e servidores, tenho certeza que temos muito ainda para alcançar”, destacou. “Entretanto, é preciso que cada servidor e cada servidora da Alepe esteja ao lado do Sindilegis nessa caminhada. Quem ainda não é filiado, se filie, vá às assembleias gerais, converse com o seu representante sindical de base, faça suas reivindicações, compareça às reuniões de diretoria. Assim, seremos cada vez mais fortes”, complementou.

O cenário que se apresenta para o próximo do ponto de vista dos trabalhadores, é um cenário que nós teremos bastante dificuldades em na questão das negociações das nossas pautas de reivindicação. O local as pautas específicas e a nacional, o desafio da reforma da previdência que pode ser um momento mas bastante complicado para os trabalhadores por conta das forças políticas que foram eleitas, são forças que se identificam mais com o liberalismo econômico e que vão querer aprovar matérias no congresso que retirem direitos dos trabalhadores em benefício do capital e do grande empresariado brasileiro.

A reforma da previdência poderá trazer bastante prejuízo, mas nós vamos lutar bastante, vai pra rua para lutar contra as reformas que retiram direitos previdenciários e trabalhistas, vamos está pronto para lutar contra essas reformas.

Sindilegis debate desafios do cenário socioeconômico e traça objetivos da gestão

Debater os principais desafios sindicais para os próximos anos e planejar nossas ações. Esses foram os do planejamento estratégico da Gestão Todxs na Luta, realizado nesta quinta (8) e sexta (9), no Hotel 7 Colinas, em Olinda, por diretores e representantes sindicais de base do Sindilegis Pernambuco.

No primeiro dia, a formação sindical e a análise de conjuntura econômica e política do Brasil foram os principais assuntos debatidos. Na abertura dos trabalhos, o dirigente sindical Jairo Cabral (ex-presidente da CUT e diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de Pernambuco – SINDPD-PE) aprofundou questões geopolíticas e traçou os desafios para os sindicato nos próximos anos.

Na análise de conjuntura econômica e política, Jairo projetou como principal desafio do movimento sindical o de resistir e enfrentar os retrocessos previstos no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. “Temos que ter muito equilíbrio e paciência, mas não perder a capacidade de nos indignar”, aconselhou Cabral. O ex-presidente da CUT também sinalizou para o indicativo de perseguição aos movimentos sociais, incluindo os sindicatos. “A retomada do discurso do anticomunismo visa desestabilizar a sociedade brasileira. Ele reabilita a cultura de rejeição”, comentou.

Pela tarde, os trabalhos foram retomados com a explanação do tesoureiro do Sindilegis Pernambuco, Josias Ramos, indicando a perspectiva financeira do sindicato. Ele apresentou o demonstrativo de receitas e despesas do ano de 2018.

Em seguida, foi a vez da coordenadora do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) traçar um panorama da conjuntura econômica do País e do Estado. A especialista revelou tendência de desmonte dos direitos trabalhistas no governo Bolsonaro, apontando, como exemplo, a extinção do Ministério do Trabalho. “No governo do PT, houve diversificação dos parceiros comerciais no exterior, por exemplo. Agora vemos um movimento de retorno à lógica anterior, que predominou nos governos FHC e Collor, com o Brasil como fornecedor de matérias primas”, alertou.

Fazendo uma retrospectiva recente, Jackeline afirmou que 2015 e 2016 foram os piores anos da nossa história, com queda de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) e desaceleração econômica, o que agravou ainda mais a crise no País. “A economia mundial não se recuperou de forma significativa no pós-crise. Houve o desaquecimento da economia. A China é um exemplo”, avaliou.
Analisando o saldo organizativo, o presidente do Sindilegis Pernambuco, Marconi Glauco, considerou que a atividade foi de fundamental para a formação política da direção e o planejamento dos próximos anos. “Tivemos um panorama político e econômico do Brasil. Essa análise deu um quadro no sentido de abrir a mente para o que nos cerca daqui pra frente”, disse.

“A perspectiva é de muita luta, e nós temos que estar preparados e fortalecidos para ter os mecanismos e tentar a resistir a tudo isso que foi colocado”, complementou o presidente. Ele ressaltou que contribuição participativa dos novos dirigentes no planejamento estratégico foi importante para entrosar o novo grupo com o funcionamento do Sindilegis-PE.

Cenário político na Alepe

O secretário de Formação Sindical, Fabrício Martins, traçou um panorama eleitoral dos parlamentares eleitos em 2018. Segundo ele, o aumento de pessoas eleitas sem tradição alguma na política e o desaparecimento dos líderes partidários que usam argumentos de barganha com o chefe do Executivo, indica um rumo diferente na condução política. “Esse ambiente de pulverização partidária aumenta o poder do ‘baixo clero’ e aponta para o fim das grandes lideranças. É similar ao momento do desabrochar de Eduardo Cunha, de 2014 a 2016”, garante.

A nova composição da próxima legislatura da Assembleia Legislativa de Pernambuco também foi traçada na explanação do Secretário de Formação Política.  O levantamento apontou que a Casa Joaquim Nabuco recebe no próximo ano 24 novos deputados. Das 49 cadeiras ocupadas na Alepe, 18 obtiveram uma votação inferior da eleição de 2014. Outro dado é de que três suplentes conseguiram se eleger em 2018 e 23 deputados eleitos são de famílias tradicionais na política.

Na sexta (9), durante todo o dia, foi realizada a segunda etapa do planejamento estratégico, com a reformulação da missão, da visão e dos valores do sindicato, além dos objetivos estratégicos e das ações para os próximos três anos.